PJMP: Terra Fértil, Canto Forte - Sem arriscar, não vivemos a esperança
Frei Marcos Carvalho, OFM


Quem faz a experiência na Pastoral da Juventude do Meio Popular não pode deixar de afirmar o que nos propõe o tema do seu IV Congresso Nacional que estamos prestes a celebrar por ocasião de seus 35 anos: a PJMP é, de fato, uma terra fértil e seu canto forte ecoa ainda hoje, nos recantos desse Brasil.

Uma terra fértil é fundamental para que sementes boas se desenvolvam. Jesus, quando nos conta a parábola do semeador (Mt 13, 3-8), destaca a importância do tipo de terreno no qual plantamos nossas sementes. A PJMP tem sido este terreno fértil, onde muitas sementes foram e ainda são lançadas, brotam, crescem e frutificam “cem, sessenta e trinta por um”.

Basta olhar ao redor e veremos quantas sementes vivas foram cultivadas na PJMP. Refiro-me a tantos militantes que continuam comprometidos com o Evangelho e o reino de Deus, lutando pra fazer acontecer uma sociedade mais justa e solidária, gente que se torna fermento na massa, fazendo a diferença na educação, na saúde, na política, na cultura, na comunicação, nos movimentos sociais e em muitos outros espaços espalhados por este país.

Voltando nosso olhar para hoje contemplamos a vitalidade dos grupos de jovens que, mesmo em contextos contrários, teimam em se encontrar para discutir e refletir a realidade que os cercam à luz da Palavra de Deus. Jovens que não deixam de lutar, buscando alternativas criativas de conscientização e construção de outro mundo possível. Por tudo isso a PJMP continua a ser terra fecunda, onde germina a semente de uma juventude terna e resistente.

Mas para que tudo isso aconteça é preciso ariscar. A semente lançada na terra é um risco! Ela necessariamente vai perder-se, morrer. Jesus nos diz que “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto” (Jo 12,24). A fertilidade da terra depende também da entrega da semente, que se doa totalmente em vista da transformação pessoal e da realidade que a cerca.

Arriscar e ousar são palavras de ordem da juventude, e muito mais da PJMP. Nesse sentido torna-se referencia o testemunho do grande irmão da juventude do meio popular, Dom Helder Câmera, que nos dizia: Sem ariscar, não vivemos a esperança. Arisquemos, então, meus irmãos, a lançar novas sementes, a plantar o reino de justiça, de ternura e de aconchego no coração de outros jovens. Arisquemos a viver nossa juventude acreditando e fazendo acontecer tempos novos, não só “novos céus” como também “nova terra” (Ap. 21,1), terra fecunda onde brota a esperança de vida digna para todos.

Tudo isso nos motiva a festejar, a celebrar os 35 anos da PJMP. Queremos dar graças ao Deus de Jesus Cristo, ao Deus que se fez pobre e habitou no meio popular, pelos anos de caminhada e vida, pelas sementes plantadas no risco da esperança. Ergamos nosso canto forte para celebrar a juventude do meio popular no chão onde suas primeiras sementes foram lançadas.

Texto Subsidio Para a Assembleia Diocesana da PJMP AOR acontecida em Janeiro de 2013

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